> A liberdade <


A imparável e gaussiana linha do tempo obriga-nos a passar aqui ou ali pela vida em situações nas quais damos importância à liberdade. Por vezes é um pequeno detalhe, um bater de asas de uma borboleta que despoleta a intensidade de um sentimento que devia estar presente acima de todos os demais.
Medo, conveniência, conforto, luxo, todos estes conceitos quando colocados abaixo da busca da liberdade são significado de um Homem bom, não só bom, mas de um homem Homem.
Presumo nas minhas divagações que o crédito histórico é um galardão maioritáriamente ocasional, quem não pensou nos planetas à volta do Sol antes de Galileu? quantos não se reuniram com a natureza antes de Buda? Quais os anónimos que não largaram sangue por causas que consideravam nobres?
O meu sentimento vai para quem que de uma forma ou de outra lutou pela liberdade (para alguns convém consultar uma enciclopédia sobre Liberdade pois é um conceito concreto que tenho constatado não reúnir consenso).

Aos que lutaram contra Salazar
Aos que lutaram contra Hítler
Aos que lutaram contra Pinochet
Aos que lutaram contra Estaline
Aos que lutaram contra Saddam
Aos que lutam contra Bush
Aos que lutam contra Chavez
Aos que lutam contra o grande "pai" que nos vai envolvendo num manto de irresponsabilidade social.
E aos que lutam contra o concreto "pai" que nos envolve nos conceitos da sua moral.

Mas acima de tudo aos que se ergueram em qualquer momento da sua vida e disseram "BASTA" contra a mais banal das ofensas à sua liberdade - é neles que reside a coragem e o fermento de uma sociedade justa. Principalmente a esses, aos que não ficaram na história, mas que são da massa dos heróis, dedico estas linhas.

Podemos viver Homens ou ratos, e atenção que a distância é quântica, o que torna mais difícil a escolha certa como se se tratasse de responder a um bluff num jogo de Poker.

Não é fácil, mas é o único caminho para a persistência da Humanidade como conceito que conhecemos e que subscrevo. Somos nós quem escolhe, e é de nós que emerge a sociedade, façâ-mo-la aos nossos moldes, pois ninguém manda mais nem ninguém manda menos do que o individuo que somos.

Nos últimos dias ponderei matar um Homem. Não o matei, não o matarei, por segurança das minhas convicções acredito na lei, num país onde esta é em boa vontade uma miragem e em concreto uma falácia.

A minha guerra não é contra a violência nem a favor do orgulho, mas sim contra so pequenos podres que ainda persistem em nos manter na idade da pedra. Esses podres infelizmente estão, quer queiramos quer não, nos poderes instituídos.


> Complexidade <


Nos últimos quase dois anos aprendi algo valioso. Aprendi que a complexidade é o fermento da liberdade e que sem liberdade não poderá nunca haver honesta qualidade de vida nem mundo verdadeiramente civilizado.

Dá-me muito prazer ler os textos do Carlos Fernandes que consegue navegar nas ideias evitando os preconceitos que sem notarmos nos estão bem embrenhados. Eu já purguei alguns à sua conta e conto continuar a purgá-los. Isto sem o mandar à merda sempre que necessário está claro.


> em difusão <


No outro dia tive um flash daqueles no trânsito (sim, os deuses do modernismo compesaram o nível nulo de consciência proporcionado pelo advento da televisão inventando o trânsito, os senhores não brincam, é uma no cravo outra na ferradura - é nisto que dá a omnipotência).
Estava então eu a deambular sobre se abordar um problema de forma analítica ou por intermédio de uma rede neuroal e quais as difereças substanciais entre as duas - Quando falo de uma rede neuroal não estou a contar com capacidades de aprendizagem nem feedbacks, apenas o modelo de dados que tem uma série de entradas e um resultado - ora estes dois modelos sempre me pareceram duas formas diferentes de fazer o mesmo até esse dia.
Ao entender o modelo interno de uma rede neuronal percebe-se que embora muito mais complexo do que a mera aplicação de uma fórmula (como nos processos analíticos) fora ocasionais perturbações aleatórias propositadamente introduzidas, não passa de um modelo também ele determinístico. Resolver um problema por intermédio de uma rede neuronal sempre me fez lembrar o usar números imaginários para resolver troços de problemas com raízes negativas até regressar aos números reais, enfim, uma mera mudança de base para um espaço onde coseguimos resolver o problema e posterior retorno à base original.
Qual é afinal a grande diferença ente uma rede neuronal e um problema analítico? o que é que a torna um modelo tão interessante para resolver problemas abstractos e tão ineficaz em problemas concretos (por ex. algébricos)? Qual é a particularidade da sua génese que difere do cálculo e vice-versa? (Particularidade da base lógica na qual se processa a informação desde o input até ao resultado)
Foi a resposta a este conceito que me atingiu junto a um semáforo da Av. 24 de Julho juto ao Jardim de Santos. É tão minimal que até me sinto diminuido por estar a escrever sobre ele, mas revelou-me uma abstracção que eu desconhecia.
Na álgebra temos classicamente problemas de igualdade (é igual e é diferente) e desigualdade (é maior e é menor). Mas numa rede neuronal (e num neurónio) temos exclusivamente como ferramenta a desigualdade, um neurónio ou dispara (com entradas superiores ao threshold) ou não dispara (com entradas inferiores ao threshold), não tem nenhum comportamento especial para entradas exactamete iguais ao threshold e isso extende-se também ao resultado macroscópico de toda uma rede deles. Ou seja, no modelo lógico em que funciona a rede neuronal está completamete abolida a igualdade, foi saneada a certeza, colocado de lado tudo quanto possa ser um entrave à difusão típica de um problema abstracto.
Nós próprios podemos com facilidade dizer que preferimos este áquele estilo musical, mas torna-se dubio e desconfortável dizer que gostamos precisamente tanto desde como daquele artista.
Agora a dúvida é, quantos modelos haverá por descobrir que partilhem esta característica das redes neuronais?


> surrounding no? <


Vou devolver esta porcaria de home-theatre que comprei - não faz Dolby-Prologic no Sétimo Selo


> pequenas coisas que me intrigam na natureza - o padrão venenoso <


Monstro de Gila - Heloderma suspectumTodos sabemos que há, no mundo natural, um padrão habitualmente feito de cores garridas (amarelo, laranja, vermelho, ...) contra preto que significam perigo!
É relativamente fácil entender a emergência deste padrão como elemento defensivo, pois ao contrário dos vulgares predadores e presas que desejam passar despercebidos de par a par, o animal que usa veneno como arma de defesa até prefere ser visto e ganha identificação própria ao adoptar um padrão bastante diferente dos demais.
Até aqui tudo bem e também tudo bem em relação ao seguite: como seria de esperar, o oportunismo entra em cena e aparecem os falsos venenosos - animais que embora perfeitamete inofensivos não se importam de dar nas vistas tirando partido do bluff que as suas cores sugerem.
Agora aquilo que me faz mesmo confusão é porque é que há tantos venenosos verdadeiros e tão poucos falsários? É que à primeira vista o falsário está em vantagem pois não tem o ónus genético da criação de um veneno complexo.
Ainda não ouví uma explicação covincente para este fenómeno.


> xadrez lateral - problemas de quarto ii <


O problema do segundo quarto do tabuleiro reza assim:
As brancas jogam e ganham. Mate em 2!

Doi... doi muito!

... mas quem acertar primeiro ganha um café no Tejo Bar