> terra ancestral ii <


Outro dos conceitos interessantes deduzidos pela relatividade geral é o buraco negro. Na verdade um buraco negro, após ter sido estripado de toda a carga emocional que o rodeia, não é mais que um fenómeno gravitacional, com a característica de assumir valores interessantes. Na verdade, um buraco negro é uma entidade de tal forma densa que a velocidade de escape á sua superfície é superior à velocidade da luz, ou seja, há uma zona à volta do buraco negro onde a velocidade de escape é superior à velocidade da luz, chama-se à superfície exterior desta zona, o horizonte do buraco negro.
Trocando por miudos, tudo o que entrar para dentro do horizonte do buraco negro, não volta para contar a estória, nem mesmo a luz.
No entanto pode orbitar-se um buraco negro... basta estar suficientemente longe e/ou ser suficientemente veloz. Pode também usar-se um buraco negro como fisga cósmica, especialmente se a pedra dessa fisga se deslocar rápido o suficiente para se equilibrar com a exagerada deformação do espaço-tempo próximo do horizonte, especialmente se a pedra dessa fisga fosse, digamos, luz.
Imagine-se um objecto celeste perfeitamente por trás de um buraco negro, suficientemente distante do mesmo. Agora imagine-se que esse objecto é bicolor, o seu hemisfério esquerdo é verde e o direito vermelho. A luz proveniente de cada destes lados irá tomar o caminho mais curto até nós, isto é... graciosamente curvar-se-á à volta do buraco negro para atingir o observador, mas o hemisfério esquerdo estará a vir pelo lado esquerdo do buraco negro e o direito pelo lado direito [traços a amarelo no desenho]. Então, para um observador na terra [azul] aparentemente há dois corpos celestes no espaço, um verde à esquerda e um vermelho à direita.
Outro exemplo também engraçado seria um corpo a atravessar o espaço a velocidade constante por trás de um buraco negro, embora esteja não acelerado, o seu movimento aparente será de abrandamento, salto quantico, aceleração, uma vez que conforme ele se aproxima (do ponto de vista do observador) do buraco negro a luz que ele emite (que é a imagem que temos dele) curva-se para nos atingir por um dos lados, até que de repente, conforme este passa exactamente por tras do buraco negro, a luz passa de repente a preferir torneá-lo pelo outro lado, proporcionando ao observador a sensação que esse corpo "saltou" no espaço e começa agora a acelerar no fenómeno inverso da primeira fase. Não é dificil imaginar isto, é apenas uma manipulação do que vemos e não do objecto propriamente dito.