> que o ceu nos caia em cima da cabeça é o menos <


Sabe o comum dos mortais o que Rá andou a tramar pouco antes do meio dia de hoje?



Tem um video "enternecedor" em NASA Earth Observatory


> linkback <


Descobrí no OzOnO um script que lista as páginas de onde chegam os visitantes que aqui aterraram nas últimas 24h - giro, faz-me pensar num contributo que o google poderia dar ao fenómeno bloguista:
Não sei se alguém já reparou, mas nas profundidades das caves do google há a informação de quem referencia o quê. É como se cada página apenas soubesse a quem referencia, mas o google, por conhecê-las quase todas, fosse possuidor de uma visão superior sobre esse emaranhado (não, não sou googleteísta) e com essa "visão" conseguisse saber "quem referencia quem" para além do vulgar "quem é que eu referencio", ora porque não um script que retire do google "quem é que me referencia" ?
Dotar uma página com esse poder é como pegar numa seta e desenhar-lhe outra ponta. Dotar os blogs com linkbacks para além dos já habituais links aumenta tenebrosamente a complexidade do fenómeno. Não confundir complexidade com caos, aumentar a complexidade de um sistema é aumentar-lhe as possibilidades, nada tem a haver com ordená-lo ou baralhá-lo, é aumentar-lhe o volume, o espaço de manobra, é dar-lhe saúde! É passar de uma cidade com ruas de sentido único para ruas de duplo sentido, é necessário o dobro do esforço, mas o resultado prático excede em larga escala o dobro da eficácea.

Eis aqui donde chegaram os visitantes das últimas 24h:




> a reinvenção da web <


Quem se lembra do que era a web em inícios / meados dos anos 90? Uma amálgama de páginas pessoais, de cariz maioritáriamente académico onde cada um escrevia o que lhe dava na real gana, metia fotos ao deus-dará e publicava os preciosos links que a muito custo havia descoberto para outras páginas de interesse. Interesse para o autor como é óbvio! claro está que navegando a partir destas páginas se descobrem novas pessoas, com novos temas e principalmente novos links, mas sempre com alguma ligação temática à página que a referênciou e às que por sua vez referencia. Era, sem ninguém fazer nada por isso, um sistema complexo - nem ordenado (cada um fazia o que bem entendia) nem caótico (um físico tende a apontar a assuntos da física, a assuntos dos seus gostos pessoais, etc) estava a boiar nesta margem entre a ordem e o caos onde os sistemas se tornam tão interessantes e evolutivelmente estáveis. Não era pois surpresa que a web encarnava ambos estes adjectivos. A web era até então e cada vez mais a encarnação do seu nome.
A web meus amigos, não era um ser vivo porque simplesmente não era um ser, mas era sem dúvida uma entidade viva.
Ou pelo menos foi-lo até ser derrotada pelo seu sucesso. Sucesso implica progresso e progresso acarreta ordem!
Foi em meados / finais da década de 90 que se deram duas revoluções: uma) a massificação dos motores de busca. duas) A constatação que a web, dadas as suas características de meio de comunicação multi-média low-budget era o meio publicitário passivo por excelência.
Foi sob estes dois fenómenos que se foi viciando o delicado equilibrio entre ordem e caos e a web foi lentamente "congelando". Tornou-se progressivamente numa gigantesca base-de-dados multi-institucional, um point-and-shoot de googles e webcrawlers, o link pessoal que dava união à teia caiu em desuso e a web matematizou-se, estruturou-se, solidificou, tornou-se altamente útil e fiel e como consequência de tudo isso... morreu.
Mas tal como andamos sobre o húmus dos nossos antepassados, surgiu recentemente este conceito de web-log, mais conhecido por Blog! um conceito tão novo que é tão velho e que em cima do asfalto da cada vez mais petrificada web vem de novo trazer o perfume humano à coisa, vem dar a sua pitada de sal que faz um conceito evoluir e prosperar e de um difícilmente fazer 2, mas de 10 muito rápidamente fazer 100, uma explosão cybercâmbrica (gosto particularmente desta) cujo futuro apenas depende do poder que proporciona aos utilizadores... demasiado poder e encontrará o destino da web, insuficiente e poderá perder a massa crítica quando a moda simplesmente passar. É entre estes dois paradigmas que se esconde a virtude, como aliás em tudo na vida.
É deveras interessante este novo conceito, esta nova forma de comunicação individual. O facto de eu estar a usá-lo sem este nunca me ter sido publicitado é prova da sua saúde, mas até quando? é que se isto vinga... esta treta dos blogs ainda vai ser estudada nas aulas de história como o conceito predecessor de algo muito grande.